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Vamos Escalar! é um livro de técnicas e dicas para guia de cordada, cuja proposta é orientar com segurança aqueles que, em busca de evolução e aperfeiçoamento, lançam-se no fascinante mundo do guia de escalada.
Por isso, é totalmente dedicado às técnicas de guiada. Nele o escalador encontrará várias informações importantes para se tornar um guia desde o manejo da corda, os nós, o material, as diferentes ancoragens entre outros assuntos.
Como é um livro descomplicado que vai direto ao assunto, explicando cada passo do processo, também pode ser lido por escaladores iniciantes, dando base para guiar em um futuro não tão distante.
O leitor também encontrará um capítulo sobre a geologia nos locais de escalada e outro sobre noções básicas de orientação no ambiente natural.
Autores: Eny Hertz, Patrícia Duffles e André Costa

O livro é inteiramente grátis, basta clicar no botão abaixo para baixá-lo em formato PDF.
https://www.minhamontanha.com.br/vamosescalar/

Boa leitura e boas guiadas!

Aposentando meu mosquetão

Aposentando meu mosquetão

Boletim CNM MAR-2015

Inspecionar seu Equipamento de Proteção Individual – EPI deve ser um hábito corriqueiro em sua vida. A inspeção de alguns tipos de equipamento de escalada é fácil: costura abrindo, rasgo na fita, etc. Com o mosquetão observamos se a porta funciona direito, sem barulho; se não há desgaste do metal feito pela corda, fratura visível, mesmo da largura de cabelo, corrosão etc. Com o aparecimento de qualquer um destes sinais, devemos aposentar o equipamento.

Sempre escutei vários escaladores aconselharem aposentar mosquetões depois de quedas, de qualquer altura. Muitos dizem que é mito e continuam com o mosquetão, caso a altura seja somente de até um metro (mais ou menos altura da cintura), no caso de somente uma queda. Acima desta altura a opinião é unânime: é necessário aposentar mosquetão, por questão de prevenção.

Resolvi pesquisar na internet para saber a opinião sobre quedas de até um metro, achei vários fóruns e algumas matérias . As pesquisas técnicas/experimentais são, em sua maioria, com alturas para escalada industrial. Desprezei qualquer informação sem metodologia científica. Foi difícil separar as informações confiáveis, das pouco confiáveis.

Escolhi a página

http://www.outdoorsafetyinstitute.com/index.php/news/single/should_you_retire_a_dropped_carabiner/

como principal fonte deste artigo, traduzi e encolhi o texto, pois tem muitas informações técnicas que poucos se interessariam. Para esses, o endereço está acima.

O mosquetão de escalada ao cair em superfície dura (concreto/rocha) pode apresentar microfraturas (invisíveis a olho nu) que podem enfraquecer a estrutura e podem torná-los inseguros. Fique alerta! Na dúvida, aposente-o. Sem discussão se cair pela segunda vez, mesmo de baixa altura, segurança acima de tudo. Microfraturas são reais e podemos encontrar várias pesquisas sobre o assunto, como a Simulating Micro-Fracture in Metal-Matrix Composites (http://iucat.iu.edu/iupui/6439632).

A única maneira de realmente saber se o mosquetão após uma queda pode continuar sendo usado é através de um teste de tensão numa máquina, ou seja fazê-lo quebrar, doa-lo para a ciência.

A grande questão da microfratura é que não vemos a olho nu numa inspeção caseira. Esta fratura pode causar um estresse concentrado e propagar sob grandes cargas, reduzindo cada vez mais a força do material. O metal ou qualquer outro material é imperfeito por natureza e tem defeitos em sua estrutura básica, incluindo pequenas falhas em suas ligações moleculares, semelhantes à micro fissuras. Caso a queda comprometa uma dessas fissuras, uma micro fratura pode ocorrer. A pergunta prática agora não é mais se micro fraturas surgem numa queda, e sim se o impacto realmente faz diferença na estrutura geral do mesmo, se faz diferença no suportar a carga prevista de fábrica e aguentar a próxima queda numa escalada.

Tradicionalmente um mosquetão era fabricado com forjamento frio, onde o metal é amalgado plasticamente, sua forma é deformada numa temperatura abaixo da cristalização, mas se rompiam mais facilamente. Atualmente, muitos mosquetões são fabricados com o processo de forjamento quente, permitindo assim formatos diferentes do equipamento, preservando a ductilidade, ou seja, podem se deformar sem se romperem.

O autor do artigo em que me baseei, Jim Margolis, junto com escaladores amigos, em 2007, quando estudante de engenharia mecânica, testou 30 mosquetões novos do mesmo modelo, com quedas de 6,3, 12 e 32 m , filmou cada queda e testou a carga máxima de cada um. Forjados a frio ou a quente. Uma queda para cada mosquetão. Não percebeu nenhuma diferença comparando com outros 10 (de controle) nunca usados, ou seja, que não sofreram queda. Este teste, no padrão da UIAA, foi feito tracionando o mosquetão até sua ruptura.

Ele afirma que o número de mosquetões testados não foi grande, nem quedas em diferentes rochas, nem diferentes formatos de mosquetão, por isto não pode ser considerado um teste exemplar. Para ver os vídeos e as tabelas, entre na página que está no início deste artigo.

Ele também testou, sem padrão científico, um mosquetão colocado no chão e recebendo objetos bem pesados caindo nele até o momento de ficar deformado. Ao ser tensionado, quebrou com 11 KN, bem abaixo das padrões de escalada. Nunca escale com mosquetões deformados!

Steve Nagode, engenheiro da REI testou 30 mosquetões em quedas de 10 metros e os comparou com outros 30 novos mosquetões (controle) do mesmo lote de fabricação. Não encontrou nenhuma diferença entre os grupos.

Margolis (mestre em engenharia mecânica) diz que apesar de não estar licenciado para atestar tecnicamente sobre o assunto, aconselha o escalador a não desprezar qualquer queda do mosquetão, nem ser displicente com qualquer equipamento. Mas que não precisamos ficar neuróticos com uma queda da cintura para baixo. Não houve estudo com mosquetão com quedas repetidas.

Um alerta que ele faz no final do artigo e eu assino abaixo: Escalar é perigoso, e não há razão para aumentar os riscos usando equipamento inapropriado (como é caso de queda de mosquetão).

Troque o mosquetão em nome da segurança de sua vida e a do outro. Custa pouco comprar um mosquetão novo, se compararmos com a possibilidade de um acidente.

Meu conselho: apesar de encontrar opiniões técnicas afirmando que podemos continuar usando o mosquetão depois da queda baixa (até de um metro), eu digo troque-o (principalmente se for emprestado! Seja ético!) em nome da segurança de sua vida e a do outro.

Mantenha-se seguro, o tempo todo!

Fontes:

http://www.outdoorsafetyinstitute.com/index.php/news/single/should_you_retire_a_dropped_carabiner/
http://www.onrope1.com/Myth1.htm
Do you need to retire dropped carabiners?
http://blackdiamondequipment.com/en/faqs.html##CLIMB
http://www.rei.com/learn/expert-advice/caring-for-your-carabiners.html

A temperatura que está nem sempre é a que sentimos!

A temperatura que está nem sempre é a que sentimos!

A sensação de temperatura que o corpo humano sente é frequentemente afetada por vários fatores. O corpo humano é uma máquina térmica que constantemente libera energia e, qualquer fator que interfira na taxa de perda de calor do corpo, afeta sua sensação de temperatura. Além da temperatura do ar, outros fatores significativos que controlam o conforto térmico do corpo humano são: umidade relativa, vento e radiação solar.

O índice de temperatura-umidade (ITU) é um avaliador do conforto humano para o verão. Baseado em condições de temperatura e umidade, ele é calculado pela equação abaixo:

ITU = (0,8 x T) + (UR ( T – 14,3 ) / 100) + 46,3

Onde, T = Temperatura em ºC, UR = umidade relativa do ar e ITU = Índice de Temperatura e Umidade.

indice de temperatura umidadeA evaporação do suor é uma maneira natural de regular a temperatura do corpo, pois o processo de evaporação é um processo de resfriamento. Quando o ar está muito úmido, contudo, a perda de calor por evaporação é reduzida, pois o ar já está saturado com umidade. Por isso, um dia quente e úmido parecerá mais quente e desconfortável que um dia quente e seco. Na tabela ao lado são mostrados os ITU’s calculados com temperaturas em graus Fahrenheit e Celsius.

À medida que sua temperatura corporal aumenta, a temperatura da pele também aumenta, então começa a transpiração. Em condições normais, o suor evaporaria, resfriando seu corpo. Em ambientes úmidos, o suor não consegue evaporar devido à saturação do ar, que já está denso com vapor d’água. O suor acumula sobre a pele, esquentando-a ainda mais e, consequentemente, seu corpo. Seu corpo tenta compensar tudo isso gerando ainda mais suor, que também não pode ser evaporado. O ciclo continua até a desidratação e o colapso do organismo, que não consegue mais desempenhar os movimentos esportivos. Essa é a forma que o organismo encontra para reduzir sua temperatura.

Para dias assim devemos manter-nos sempre hidratados, bebendo água em períodos regulares e mesmo sem sede. Evitar exercícios extenuantes e se possível, trocar aquela longa via ou caminhada, por uns boulders a beira mar ou perto de rios, ou até mesmo aquele passeio em uma cachoeira. Assim, poderemos sempre nos refrescar quando o calor apertar.

No inverno, o desconforto humano com o frio é aumentado pelo vento, que afeta a sensação de temperatura. O vento não apenas aumenta o resfriamento por evaporação, devido ao aumento da taxa de evaporação, mas também aumenta a taxa de perda de calor sensível (efeito combinado de condução e convecção) devido à constante troca do ar aquecido junto ao corpo por ar frio. Por exemplo, quando a temperatura é -8ºC e a velocidade do vento é 30Km/h, a sensação de temperatura seria aproximadamente de -25ºC. A temperatura equivalente “windchill” ou índice “windchill” ilustra os efeitos do vento.

temperatura equivalenteAnalisando a tabela nota-se que o efeito de resfriamento do vento aumenta quando a sua velocidade aumenta e a temperatura diminui. Portanto, o índice “windchill” é mais importante no inverno. No exemplo acima não se deve imaginar que a temperatura da pele realmente desça a -25ºC. Através da transferência de calor sensível, a temperatura da pele não poderia descer abaixo de -8ºC, que é a temperatura do ar nesse exemplo. O que se pode concluir é que as partes expostas do corpo perdem calor a uma taxa equivalente a condições induzidas por ventos calmos com a temperatura -25ºC. Deve-se lembrar que, além do vento, outros fatores podem influenciar no conforto humano no inverno, como umidade e aquecimento ou resfriamento radiativo.

Um anorak simples, do tipo corta vento, pode ser o suficiente para te deixar confortável, ou pelo menos minimizar o risco de hipotermia. Já passei por uma experiência na Travessia dos Olhos, na Pedra da Gávea, onde o vento forte estava me levando ao limite do frio, mas como levo sempre um anorak na mochila…

Este artigo foi publicado no Boletim CNM Setembro/2014.

 

 

Fontes:
http://www.cnpgl.embrapa.br/
http://www.inmet.gov.br/portal/index.php?r=clima/confortoTermicoHumano
http://www.mundotri.com.br/2013/10/como-sobreviver-ao-calor-umido-parte-1/
http://fisica.ufpr.br/grimm/aposmeteo/cap3/cap3-4.html

Botas de Caminhadas e suas garantias

Botas de Caminhadas e suas garantias

Publicado no Boletim CNM 2015-3

Já tive diversas botas, o que me garante a experiência de diversos defeitos de botas e, com isso, os contatos com o sistema de garantias de diversas delas.

Por que compramos botas e tênis de caminhadas caros? Beleza? Resistência? Conforto? Consumismo? Segurança? Garantia? Todas as alternativas anteriores?

Bom, falando por mim, gosto de equipamentos resistentes e confortáveis, que se desgastem naturalmente, mas, em caso de defeito (e não dano, que fique clara a diferença), que a empresa seja responsável pelo seu produto (leia-se, garantia).

No último ano ao que parece (talvez devido a crise, cambio do dólar, ou má vontade mesmo) reparei que o sistema de garantias apresentou mudanças … e com isso eu fui tomado de surpresa, e imagino eu algumas outras pessoas também.

Sempre fui informado, no passado, que defeitos de fábrica tinham garantia de um ano, que surpresa eu tive, atualmente, quando descobri que a Snake e Vento mudaram esse sistema!

A Snake segue a seguinte linha atualmente: se compras na loja, o lojista pode mandar para a fábrica (segundo ultimo informe) em até seis meses. Porém uma amiga recentemente quis adquirir uma usada, e mandou um e-mail para a fábrica, a resposta foi: “garantia por 3 meses contra defeitos e, neste período, o comprador deve se cadastrar no programa de garantia estendida e, com isso, a garantia passa a ser de 15 meses”. Logo, se você se distrai quanto a esse cadastro, lá se vão os 15 meses …

Em conversa com um vendedor de uma loja, via telefone, obtive as seguintes informações:

  • Snake, 6 meses para defeito de fabricação e, dependendo do dano, mandar pela loja (a garantia varia de modelo para modelo segundo ele);
  • Bull Terrier, 6 meses e contactar o sac (nunca me responderam, quando minha bota apresentou defeito);
  • Vento, garantia de seis meses (desde 23/07/2015);
  • Columbia, 6 meses, envio pela loja.

Não temos mais a garantia de um ano, e segundo o lojista, se compramos a bota usada, mesmo nova, temos que ter a nota fiscal para caso de defeito. Caso contrario, teríamos que nos esforçar para a fabricar fazer o reparo.

Logo, para adquirirmos um equipamento temos que ser, com toda a propriedade da palavra, chatos!

Quando estiverem na loja, não se omitam de perguntar ao vendedor sobre o produto que esta adquirindo e, se o mesmo não souber responder, fale com outro.

Perguntem do sistema de garantias sempre;

Se houve alguma troca deste modelo ou reclamações dos clientes (a bota Vento que adquiri, soube depois que foi recolhida do mercado pois estava apresentando falhas na vulcanização);

Guarde as notas fiscais;

Fotografe o defeito e envie as fotos do defeito imediatamente para o fabricante (sempre fale no e-mail que faz parte de um clube de montanhismo, acredite, isso faz diferença);

Duvidas quanto ao modelo a ser adquirido, pergunte em sua lista, afinal, os grupos de montanhismos não servem só para trocar experiência sobre montanhas, mas sobre equipamentos também;

Sejamos chatos sim quando adquirir um equipamento, tendo em vista que este equipamento nos acompanhará por um bom tempo, e então deve ser bom, e nos proporcionar conforto e segurança.

Informação sempre, e partilhar a informação também!

Dissecando a Costura

Dissecando a Costura

Noutro dia, escalando com uns amigos, percebi que o guia utilizava as costuras montadas com as portas dos mosquetões opostos, resolvi pesquisar.

Comecemos pelo básico

Geralmente no Rio de Janeiro, uma via ao ser conquistada recebe proteções fixas (grampos ou chapeletas) ao longo da linha. Ao ser repetida a via, o guia coloca as costuras nestes grampos, ou seja elas são usadas para proteger o guia de uma queda rocha abaixo.

A costura é o conjunto composto de um fita fechada em anel e dois mosquetões sem trava.

O mosquetão com o gatilho reto é colocado na proteção, a fita deste lado deverá estar frouxa para não forçar movimentos neste mosquetão, evitando assim o “self-unclipping” do grampo, que é quando o mosquetão sai do grampo inadvertidamente. Pode ocorrer quando se clipa a corda de maneira errada, “de fora para dentro”, forçando a costura a se movimentar para cima. Ou quando se muda de direção acima da proteção.

O mosquetão com gatilho curvo, pode ter a fita mais justa, facilitando assim a colocação da corda, especialmente quando usamos uma fita expressa. Pode ter uma borrachinha, entretanto sua utilização em fitas de elos é muito perigosa, pois há o perigo, num momento crítico, da costura ser montada erradamente e de nada servir esta costura.

 

O “self-unclipping” da corda é quando a corda sai sozinha de dentro do mosquetão com uma queda do guia. Pode ocorrer quando o mosquetão está no mesmo lado da quedado guia. Ocorre mais nas vias esportivas e em tetos.

Caso não haja diferença de formato entre os mosquetões, escolha um para ficar somente na proteção. Isto é muito importante porque o mosquetão que fica na proteção sofre um desgaste forte, criando sulcos com quinas vivas, e se houver troca para uso com a corda, este mosquetão poderá cortar a mesma em caso de queda do guia.

O gatilho do mosquetão pode ser inteiriço ou de arame. A desvantagem do primeiro é que quando um guia cai, este mosquetão poderá abrir inadvertidamente e a corda sair dele. A vantagem do de arame, é a dissipação da energia de uma queda, não abrindo a porta. Além de não emperrar a porta quando estamos escalando na neve.

Qual comprimento escolher para as costuras?

Esta escolha depende da modalidade de escalada. Geralmente esportivas são linhas relativamente retas, onde podemos utilizar costuras expressas curtas (de 15 a 25 cm). Já em vias tradicionais, em grandes paredes, normalmente as vias são tortuosas, necessitando de costuras médias e longas para que a corda não forme um zigzag, deixando-a muito “pesada”.

Para a escolha do comprimento da costura, também devemos levar em consideração se o mosquetão da corda em caso de queda, não baterá numa quina da rocha, podendo abrir o mosquetão.

Como orientar uma costura?

Há entre os escaladores do Rio duas escolas para qual lado a porta do mosquetão da costura deverá ficar: direção da escalada ao sair da proteção ou de onde está a próxima proteção. Geralmente a proteção está ou num local que foi fácil para o conquitador instalá-la ou num local que realmente evitará o guia se machucar em caso de queda.

Alguns preferem proteger esta saída perigosa, colocando a porta do mosquetão para o outro lado.

Outros acreditam que cair na saída da proteção produzirá um loop de corda pequeno e com isto a possibilidade do unclipping é reduzido, mas cair perto da proteção seguinte, com muita corda para criar um grande loop, o unclipping é possível. Eles colocam a porta do mosquetão para o lado oposto da próxima proteção.

Como orientar? Você responde!

Como montar a costura?

Finalmente voltei à primeira questão: Colocar a porta de ambos mosquetões do mesmo lado ou em lados opostos?

Escrevo o que li na página da Undercling:

“Oito fabricantes recomendam o mesmo lado (incluindo Black Diamond, Petzl); três fabricantes recomendam lados opostos (incluindo Edelrid, Omega Pacifc) e três fabricantes (incluindo DMM, Mad Rock) recomendam ambas orientações…
O que vemos atualmente é a tendência das portas dos mosquetões ficarem do mesmo lado.”
Alguns alegam que num momento crítico os dois do mesmo lado facilitará a coloção do sistema. Mas creio que neste momento, sua memória muscular que entrará em ação.

Creio que é importante analisar se há ou não mudança de direção da linha, por exemplo, o guia saindo pela direita e mais acima vai para a esquerda pois a proteção está neste lado:

Com a porta do mosquetão da proteção colocado em relação ao lado da próxima proteção pode ser pressionado de tal forma que abrirá, ocorrendo o “self-unclipping”.

Com a porta do mosquetão colocado em relação à saída imediata pode ser pressionado na sua longitudinal, mas sem quebrar. Ou seja, não haverá “self-unclipping”.

Então, como montar? Você responde!

E que tal virar o mosquetão da corda? Deixando sua abertura para cima? Eliminaria a possibilidade do unclipping da corda, mesmo no lado da porta.

Fontes:

http://www.marski.org/artigos/121-artigos-tecnicos/488-uso-das-costuras-expressas-na-escalada-protecao-fixa-e-movel

https://www.petzl.com/GB/en/Sport#.VtibT-YjrIU

http://theundercling.com/carabiner-orientation-quickdraws-ways-carabiners-face/

http://www.rockandice.com/lates-news/how-to-properly-orient-a-carabiner-gate

https://www.youtube.com/watch?v=PPCAa6Xj0lo

Resumo do Estudo de Grampos no Brasil

Resumo do Estudo de Grampos no Brasil

Em 1999, Marcelo Roberto Jimenez e Miguel freitas fizeram um interessante estudo sobre as proteções fixas utilizadas em escaladas no Brasil.

Foram feitos cálculos e alguns testes práticos (em campo e laboratório) afim de estimar a forma sofrida pelo sistema durante uma queda de guia e qual a carga máxima suportada pelos grampos comumente usados como proteção fixa no Brasil.

Em 2013 eles revisaram este material e acrescentaram informações sobre o pouco que havia mudado 14 anos depois.

O estudo e a revisão estão bem detalhados em um documento de 35 páginas por eles publicado.

Resumo aqui minha visão do que eles relataram neste documento

Coloco abaixo um breve descritivo dos testes realizados:

  • Foram testados 4 grampos de ½” com olhal de 3/8”.

Em média com olhal para cima eles aguentaram uma carga de 1250kgf.

  • Foram testados 3 grampos de ½” com olhal de 3/8”.

Em média com olhal para baixo eles aguentaram uma carga de 3500kgf.

  • Foram testados 2 grampos de ½” com olhal de 1/2”.

Em média com olhal para cima eles aguentaram uma carga de 4500kgf.

  • Foram testados 2 grampos inox de ½” com olhal de 3/8”.

Em média com olhal para cima eles aguentaram uma carga maior que 2000kgf.

  • Foi testado 1 grampo de ½” com olhal de 1/4”.

Com olhal para cima ele aguentou uma carga superior a 2600kgf.

Resumindo, a tabela mostra os resultados encontrados nos testes práticos em relação a força para ruptura dos grampos:

Material Diam. Haste Principal Diam. Olhal Quant. de Amostras Posição do Olhal Força Ruptura
Aço carbono 1020 1/2″ 3/8″ 4 Para cima 1250kgf
Aço carbono 1020 1/2″ 3/8″ 3 Para baixo 3500kgf
Aço carbono 1020 1/2″ 1/2″ 2 Para cima 4500kgf
Aço Inoxidável 1/2″ 3/8″ 2 Para cima 2000kgf
Aço Inoxidável 1/2″ 1/4″ 1 Para cima 2600kgf

Analisando estes valores e comparando com o sugerido pela Norma UIAA eles chegaram a conclusão de que da forma que são construídos e instalados os grampos não são recomendados como proteção fixa.

Eles levantaram algumas recomendações em relação a material dos grampos e da importância de uma instalação bem feita.

Porém ao meu ver o principal legado deste estudo foi mostrar que os grampos aguentam mais carga quando instalados com o olhal voltado para baixo

quando comparado a forma mais comum de utilização, onde os grampos são instalados na rocha com o olhal voltado para cima.

Hoje os grampos são instalados com olhal para cima para evitar força na solda, que se mal feita torna-se o ponto mais fraco do sistema.

Ou seja, para que os grampos fossem instalados com olhal para baixo o ideal seria eliminar as soldas, que poderia ser conseguido com a fabricação de grampos pelo processo de forjamento.

Como grampos forjados seriam extremamente caros devido ao custo do processo isso não parece viável.

Uma alternativa então é melhorar a qualidade das soldas, de forma a garantir que estas sejam bem feitas e que os grampos possam ser instalados com o olhal para baixo.

Como recomendação para melhorar as soldas de forma a poder seguramente instalar os grampos com o olhal pra baixo, aumentando a resistência, eles recomendam as 3 medidas abaixo:

  • Utilização de chanfro nas soldas;
  • Marcação dos grampos para rastreabilidade;
  • Utilização de mecanismos de expansão na instalação. (Esta afirmação não se manteve na atualização de 2013).

Eu concordo com eles nos 02 primeiros pontos. Porém não acho que estas recomendações sejam o bastante para garantir que a solda seja bem feita e por isso acrescentaria ainda os pontos a seguir:

  • Utilização de Especificação de Procedimento de Soldagem (EPS) pré-qualificada para realização das soldas.
  • Exames destrutivos por amostragem;
  • Exames não-destrutivos (No mínimo visual) individuais;

Sobre a utilização de chapeletas, que passam por testes de certificação e com isso possuem carga máxima definidas pelo fabricante, em torno de 2500kgf, é importante lembrar que são bastante seguras porém se mal instaladas também podem colocar o escalador em risco. Materiais diferentes não devem ser usados nas porcas e parafusos.

Na versão de 2013 eles finalizam o artigo com uma sessão de perguntas e respostas muito útil, que eu resumo abaixo.

  1. Inox (grampo e chapeleta) não deve ser usado em falésias próxima ao mar.
  2. Titânio é uma solução para beira-mar, de preferência colados.
  3. Não utilizar paletas na instalação de grampos.
  4. Um grampo P de aço carbono 1020 de ½” com olhal para cima resiste em média 1300kgf de força transversal sem deformações plásticas. Esta força está abaixo da normal UIAA que sugere 2500kgf.
  5. Um grampo P com olhal para baixo resiste em média mais de 2500kgf de força transversal sem deformações plásticas, atendendo a normal UIAA.
  6. Não devem ser usados grampos com haste de 3/8”.
  7. Recomenda-se usar paradas duplas e rapelar com a corda nos 2 grampos.
  8. Correntes não devem ser usadas em paradas.

Para concluir, recomendo a leitura do artigo produzido por eles e lembro que há muito pouco estudo disponível no Brasil sobre as proteções fixas então sugiro aos acadêmicos escaladores que aproveitem-se disto para realizar seus estudos e ajudar no desenvolvimento de nosso esporte.

 

Boas escaladas!

Leandro Pestana

Junho/2015

Clube Niteroiense de Montanhismo

Instalação e utilização correta das chapeletas

Instalação e utilização correta das chapeletas

Publicado no Boletim CNM Março/2014

Muito se pode falar dos diferentes tipos de proteção na escalada, suas variações, cuidados e peculiaridades. Por se tratar de um assunto vasto, neste artigo, me limitarei a falar somente das chapeletas.

Seja pelos elevados preços, pelas dificuldades em fixá-las ou mesmo pela cultura local, este tipo de proteção fixa ainda é pouco utilizado nas montanhas do Brasil. Por outro lado, já há algum tempo que são cada vez mais comuns em nossas paredes, em especial nas escaladas esportivas.

Com a presença cada vez mais frequente das “chapas”, também são mais frequentes os erros de instalação e uso destas proteções. Abaixo cito alguns dos pontos que devem ser observados.

Na instalação:

Alguns cuidado devem ser tomados logo na instalação.

  • Antes mesmo de iniciar a conquista precisamos observar o local e a rocha parta definir o tipo de proteção adequado. As chapeletas não devem ser utilizadas em ambientes salinos, assim como também não é aconselhado o uso em arenito ou quartzito.
  • Uma vez definida a utilização das chapeletas para a nova via, deve-se ter atenção à fixação (chumbadores). Dois tipos de chumbadores são encontrados, os tipo parabolt e os tipo UR (ou spit). Atualmente os UR’s não são mais utilizados na escalada, restando os parabolts para a colocação. Normalmente são utilizados os de 10mm (3/8”).
  • O ideal é que a chapeleta fique apoiada na parte lisa do parabolt após apertada a porca (sem que fique solta). Isso demanda um pouco de prática.
  • As arruelas são, em geral, as iniciadoras de ferrugem. É recomendado a utilização da arruela durante a expansão do parabolt (evitando arranhar a chapeleta), mas esta deve ser retirada para a colocação final.
  • Ao dar o aperto final, deve-se observar a posição da peça. O correto é que o parafuso esteja alinhado com a tração (parte inferior do olhal). Normalmente indicado na chapeleta.
  • Assim como os grampos, as chapeletas devem respeitas uma distância mínima de bordas ou de outras chapeletas de, no mínimo, 30cm.

No uso:

Não diferente dos grampos, devemos sempre observar a colocação e a condição das chapeletas antes de confiar 100% nelas. Além disto, outros cuidados devem ser respeitados em sua utilização.

  • Não é porque as chapeletas são fáceis de remover que elas podem ser removidas. Retirar chapeletas de uma via sem a autorização do conquistador (ou responsável) e sem avisar a comunidade escaladora, além de ser considerado roubo, pode gerar um grande problema pra quem escala a via e acredita que vai encontrar uma proteção acima.
  • Na montagem do rapel NUNCA passar a corda direto na chapeleta como é feito com os grampos (exceto na chapeleta dupla da bonier, própria para isso), isso pode danificar seriamente sua corda e colocar sua vida em risco. Prefira abandonar um cordelete (mínimo 5mm) que arriscar-se.
    • No caso de uma parada dupla (sem corrente ou elos), deve-se passar um cordelete por dentro dos dois olhais e fechá-lo com um pescador duplo. A partir daí equalizar e preparar uma parada convencional. Passar a corda pela parada.
    • Para o rapel em uma única chapeleta, passe um anel de cordelete pelo olhal e meie a corda nas duas alças do anel.
    • Confira este artigo que explica bem os procedimentos de rapel em chapeletas: http://www.marski.org/artigos/121-artigos-tecnicos/427-como-montar-um-rapel-em-chapeleta

Recomendo a leitura para mais informação:

Boas escaladas,

Leonardo Aranha

O melhor nó para emendar as cordas no rapel

O melhor nó para emendar as cordas no rapel

Publicado no Boletim CNM 2013-4

Perto de completar a minha maior idade de escalada uma questão é sempre recorrente entre os parceiros de cordada. “Qual o melhor nó para emendar as cordas no rapel?”

Quando comecei a escalar (1996) aprendi que para unir as cordas para o rapel o nó recomendado era o pescador duplo. Essa questão começou a me atormentar quando pela primeira vez, em um manual, vi uma figura de um nó simples (ou azelha) sendo utilizado com este propósito. É comum encontrar em livros e manuais o nó simples como recomendação na junção de cordas pro rapel. Até pouco tempo não me sentia seguro para utilizar este nó, ainda mais com o nome adotado por muitos de Euro Death Knot.

Estudando a respeito do assunto, fica claro porque o este nó é tão utilizado na junção de cordas pro rapel. Em relação ao pescador duplo, ele é mais rápido de atar, gera menos atrito ao puxar a corda, menos propenso a agarrar em algum lugar ao recolher a corda, funciona em cordas de diâmetros diferentes e menos trabalhoso para desatar.

Isso tudo é muito legal, mas duas perguntas ainda permaneciam na minha cabeça. Por que ele é chamado de nó da morte? Seria o nó simples tão forte quanto o pescador duplo?

Lendo um pouco mais, a primeira pergunta foi logo respondida. O nó simples, quando feito sem as devidas recomendações e sob determinadas condições, pode rolar sobre ele mesmo e sair pela ponta da corda. Já a segunda pergunta só foi respondida quando li um estudo feito pela Black Diamond sobre estes nós. O estudo mostra que o nó simples é de 20 a 30% mais fraco que o pescador duplo, mas também mostra que é mais que o suficiente para as piores condições de encontradas em um rapel.

Finalmente sabia responder (pra mim mesmo) a velha questão, mas aquele nome (Death Knot) sempre ecoava em minha cabeça na hora de rapelar e eu acabava optando pelo, velho conhecido, pescador duplo. Foi em uma escalada recente que, pela primeira vez, sem saber rapelei em uma corda emendada com o nó simples.

Agora, além de saber todas as vantagens, de ter conhecimento de um estudo sério sobre sua resistência e de finalmente testar o nó simples para a junção de cordas no rapel, eu não quero saber de outra coisa.

Não diferente de qualquer outro nó, a eficiência do nó simples dependerá do quão bem feito ele será atado. As recomendações são:

  1. O nó não deve ficar “trepado”. As cordas não devem cruzar entre elas em nenhum momento, ficando sempre paralelas.
  2. Aperte bem o nó. Dê puxões firmes em cada corda em ambos os lados do nó.
  3. Deixe uma sobra de 30 a 40cm em cada ponta de corda.

Segue o link do estudo da Black Diamond: http://blackdiamondequipment.com/en/qc-lab-what-is-the-best-rappel-knot.html

Boas escaladas,

Leonardo Aranha

no-simples

Como Vestir-se em Locais Frios

Como Vestir-se em Locais Frios

Publicado no Boletim CNM JUN/2013

Para as atividades de montanha e esportes ao ar livre, o ideal é vestir-se de maneira correta e mais versátil possível. Em climas frios, necessitamos proteger o corpo contra o frio, vento, umidade e outras intempéries. A melhor maneira de se vestir para atividades ao ar livre é o sistema de camadas. A arte é o de encontrar uma boa mistura entre as diferentes camadas que compõem este tipo conjunto protetor.

Basicamente, existem três principais camadas, mas poderá aumentar para cinco ou até seis, dependendo do tipo de atividade e ou clima de onde será utilizada. Com o grande avanço tecnológico dos tecidos, existe no mercado uma grande gama de produtos, mas tentaremos simplificar ao máximo as possíveis combinações.

1ª CAMADA – ROUPA INTERIOR (SEGUNDA PELE) – UNDERWEAR E BASE LAYER

primeira-camada

É a camada que estará em contato com a pele, cuja função é transferir a umidade do suor pra fora, mantendo o corpo o mais seco possível. Esta capa deve ser de tecido de rápida secagem. Os materiais mais utilizados são o polipropileno e poliéster. Os mais avançados utilizam o sistema e Power Dry® (Polartec).

Base Layer – Drenar o suor e manter a pele seca, tem a função de regular e manter a temperatura corporal;

Underwear Polar – Além de drenar o suor e manter a pele seca, ajudam a aquecer o corpo.

2ª CAMADA – ROUPA INTERMEDIÁRIA – POLAR

segunda-camada

Esta segunda camada é a responsável de manter o calor corporal. Existem vários tipos de tecido. O mais comum é o fleece, que também é chamado de pile. Atualmente é possível encontrar uma grande variedade de tecidos e composições, que entre si, são altamente diferentes no quesito aquecimento e resistência a vento.

3ª CAMADA – CAPA EXTERNA IMPERMEÁVEL – ANORAK

terceira-camada

A terceira camada impermeável ou camada externa, serve para proteger contra o vento e água. Existem vários tipos de materiais, composições e tipos de shell (composição da camada externa de tecido do conjunto do anorak). O anorak é a peça chave de todo conjunto. Não adianta economizar na compra. É muito importante ficar atento a qual tipo de membrana é utilizado no modelo escolhido.

EM CASOS DE FRIO EXTREMO

Em casos excepcionais de frio extremo (-10ºc pra baixo) pode-se utilizar um casaco com isolamento de fibra ou pluma de ganso. Em general pode-se dizer que um casaco de pluma é mais conveniente para expedições de inverno a locais muito frios e secos, mas para uso geral, é mais recomendável um casaco de fibra sintética.

Considerações finais:

  • As peças acima citadas, não são somente para a parte superior do corpo (tórax), o sistema de combinação de camadas para as pernas é o mesmo sistema utilizado no tórax. Não esquecer dos pés, que devem ter cuidados especial, pois são pontos de troca de calor;
  • Em atividade física, o indivíduo poderá alternar e retirar ou não alguma das camadas, pois quando estamos em atividade, o corpo pode sobreaquecer e será preciso maior eliminação de vapor de suor. Então… Se começar a suar muito, melhor ir retirando as camadas superiores até regular melhor a temperatura corporal;
  • A tecnologia dos tecidos deve ser levada em conta pra escolha de gorros, cachecóis e luvas, mas não necessariamente será preciso a combinação de camadas para essas peças, tendo em vista que muitos desses equipamentos, são vendidos completamente prontos para uso solo (sem necessidade de complementos);
  • Apesar de no Brasil não termos casos de congelamento de extremidades como nos Andes, vale a pena utilizar as 3 camadas para regiões frias como Itatiaia, Caparaó e mesmo na Serra dos Órgãos no inverno, que para um carioca são bem frias!. Uma noite mal dormida é muito desgastante.

Fonte: http://www.mochileiros.com/como-vestir-se-em-locais-frios-sistema-de-camadas-anorak-fleece-underwear-t32962.html

Cuidados com o uso dos freios na escalada

Publicado no Boletim CNM MAR/2013

Há tempos que ouço muitas opiniões e defesas sobre um ou outro tipo de freio, ou ainda a maneira correta de se utilizar determinado equipamento. Como em diversos segmentos, os freios possuem diversos modelos, marcas, objetivos, etc. Objetivos? Sim objetivos! Na escalada pensamos no freio como um aparelho que além de controlar a descida, possamos utilizá-lo para dar segurança ao participante ou ao guia.

Os tipos de freio foram evoluindo a medida que o esporte também evoluiu. Nos primórdios, tanto a segurança, quanto o rapel, eram feitos com a corda passando pelo corpo, com o intuito de gerar o atrito suficiente para “segurar” a descida ou uma possível queda. A medida que os limites foram sendo superados, a necessidade de um sistema que fosse mais confi ável e que gerasse atrito suficiente, também cresceu. Surgiram as placas, o 8, os modelos tubo e os semi-automáticos, das mais variadas marcas.

Mas apesar da quantidade, qual é o melhor? O mais adequado? O mais confi ável? Pois é…. Lembra da primeira frase do texto? São essas as discussões que permeiam as listas de e-mails na internet. Não há unanimidade sobre o melhor equipamento. Existem correntes que preferem os mais simples, como o ATC, outras, os semiautomáticos, como o GRIGRI, mas em uma coisa há o consenso: de nada adianta um equipamento com toda a tecnologia se não o montamos ou o manuseamos de maneira correta.

E é aí que deve estar o foco principal da discussão. Não adianta, por exemplo, utilizarmos o GRIGRI na segurança, se deixarmos a corda frouxa o sufi ciente para que o guia ao cair, vá direto ao chão. Ou se utilizarmos o ATC e ficarmos distraído, conversando com o outro participante. A escalada é um esporte na qual um pequeno erro pode ser fatal, porém isso não o torna um esporte inseguro, mas um esporte onde o fator atenção seja tão importante quanto a técnica em superar um lance difícil.

Com isso, seguem algumas dicas importantes ao utilizar o freio:

  • Obedeça sistematicamente as instruções de uso do equipamento utilizado, seja ele qual for;
  • Verifique se o aparelho de freio serve também para a função de dar segurança;
    • Assegure-se de que o utilizador esteja preparado para manusear o equipamento;
  • Tenha atenção durante toda a escalada;
  • Mantenha a corda sempre esticada, até o limite para não atrapalhar o guia ou o participante, a fi m de evitar

uma queda que os levem a um platô, por exemplo, pois de nada adiantará o freio;

  • Mantenha a mão firme;
  • Por mais que o freio pareça automático, nunca retire as mãos ou desvie sua atenção do guia;
  • Não use um equipamento antes de treinar muito, simplesmente por que alguém falou que é mais seguro;
  • Nunca crie a sua maneira de utilizar o freio, mesmo que ela, aparentemente, otimize o desempenho.

Seja prudente e aventure-se!